Eiyuden Chronicle: Rising é um spin-off de um futuro lançamento, Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes. Nesse caso, no entanto, não se trata de um jogo com as mesmas mecânicas e estilo do jogo vindouro. Aqui, as batalhas em turno de seu irmão são trocadas por batalhas de ação 2D com toques de RPG. A progressão é puramente lateral, mesclando o estilo metroidvania com rudimentos de construção e gerenciamento de cidades e a realização de muitas, MUITAS tarefas.
Reconstruindo o vilarejo
O jogo começa com a chegada de C.J., personagem principal, ao pequeno vilarejo de Nova Nevaeh. Ela é de uma família de aventureiros e ao completar dezesseis anos partiu em busca de uma grande Lente Rúnica que pudesse provar seu valor a sua família. Nova Nevaeh, por sua vez, foi recentemente atingida por um forte terremoto, o que causou a descoberta de antigas minas cheias de tesouros de fácil acesso nos arredores do vilarejo.
Claro, como você já pode ter desconfiado, tantos tesouros provocaram alguns problemas para a pequena cidade. Os principais: a chegada de vários interessados nas riquezas recém-descobertas, o que ocasionou um embate desses com os nativos, levando a infraestrutura local ao limite e provocando o (re)surgimento de uma maldição (ou seria uma bênção?). Também provocou o desaparecimento e a morte de várias pessoas, incluindo o prefeito da cidade.
É nesse caos social que o jogador inicia sua jornada por Nova Nevaeh. Como um meio de controlar o influxo de pessoas na cidade, a prefeita interina Isha (que fará parte de seu grupo no decorrer da história) instituiu um sistema em que forasteiros sem dinheiro fazem trabalhos para os cidadãos locais em troca de carimbos, que por sua vez são trocados por uma licença de exploração. Sem essa licença, ninguém entra nas cavernas da cidade. C.J., claro, começa sua aventura em busca dos fatídicos carimbos para iniciar de fato a sua exploração.
Os trabalhos exigidos de C.J. são os mais diversos. Desde transmitir recados entre os moradores (que falta faz um telefone) e encontrar crianças fugitivas, passando por encontrar gatos ou objetos desaparecidos, indo até a coleta de matérias primas nos arredores da cidade. Aliás, esse é um trabalho constante para a personagem principal. Reconstruir a cidade destruída e depois expandi-la requererá muitos, MUITOS materiais. Para sorte de C.J., logo no início um canguru fortão chamado Garoo entra para seu grupo, auxiliando-a em suas muitas tarefas.
Vai e vem e combates
Eiyuden Chronicle: Rising é um jogo pequeno, na sua duração e nas áreas a serem visitadas pelo trio principal. Sua mistura de RPG e metroidvania traz a necessidade de aperfeiçoar armas, armaduras e Lentes Rúnicas (o objeto mais procurado do local) para acessar áreas que estão bloqueadas nos momentos iniciais. Essa característica é implementada de maneira inteligente, oferecendo uma progressão gradual nas diversas masmorras do jogo. No entanto, as dezenas de tarefas que surgem paulatinamente na jogatina forçam o jogador a visitar os mesmos locais várias vezes, anulando a sensação de descoberta. O sistema de viagens rápidas ameniza, mas não consegue tornar menos maçante todo esse vai e vem.
Embora as missões simultâneas possam ser realizadas em qualquer ordem, o jogo é basicamente linear. Os inimigos são em geral bem fáceis, exceção para alguns chefões, e mesmo esses podem ser derrotados sem a exigência de complexas estratégias. Em minhas jogadas, apenas duas vezes não consegui ultrapassá-los na primeira tentativa. O que é bom, já que ao visitar os locais em que eles se encontram, temos que enfrentá-los novamente. Alguns aumentam a dificuldade, como a Planta Oca, um chefão da Grande Floresta, que a partir do segundo encontro conta com a parceria de uma aranha que atira teias para atrapalhar o seu progresso.
O trio principal se complementa nas batalhas. C.J. é a mais ágil, seus pulos alcançam locais mais altos. Garoo é o mais forte, o golpe de sua espada destrói os escudos inimigos facilmente. Isha é a que detém habilidades mágicas, disparando bolas de energia que acertam à distância. O jogador pode alternar rapidamente entre o trio ao apertar de um botão. Essa facilidade resulta na possibilidade de diferentes modos de derrotar inimigos, usando sempre as melhores características de cada personagem. Eles também podem ser equipados com runas que os tornam mais fortes contra inimigos específicos.
Bonito visual e músicas interessantes
O visual de Eiyuden Chronicle: Rising é bonito e charmoso. Com uma pegada meio retrô, as paisagens se destacam e parecem pinturas. Os cenários seguem os clichês dos elementos terra, fogo e gelo. Você percorrerá florestas, montanhas, cavernas e lugares místicos. A cidade de Nova Nevaeh tem um estilo medieval que não foge da média do gênero RPG de outrora, mas também é muito bonita. Com a ajuda do trio do jogo, ela se expande e oferece novas ruas e comércios para a venda de diversos itens.
Os detalhes encontrados aqui e ali também ajudam a tornar o já bonito mundo em algo vibrante. A relva reagindo ao jogador, o balanço das árvores e alguns efeitos de luz dão vida aos ambientes. Os objetos em primeiro plano dão um toque para que os locais pareçam maior do que são. Embora não sejam exatamente uma novidade nos videogames, todo o conjunto é entregue de forma competente.
O mesmo pode ser dito das músicas. Se não são memoráveis, cumprem bem o papel de embalar a aventura. Eu gostei do tema da cidade de Nova Nevaeh. Possui toques cômicos ao mesmo tempo em que transmite a sensação de segurança do lar.
Considerações finais
Eiyuden Chronicle: Rising foi parte da meta estendida de financiamento de Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes, previsto para 2023. Como tal, cumpre bem seu papel de instigar interesse no futuro lançamento, ainda que não possuam as mesmas mecânicas. Mesmo com os deslizes, seu desfecho me fez querer saber o papel dessa simpática cidade e dos seus personagens no grande mundo que está por vir.
Eiyuden Chronicle: Rising
Desenvolvimento: Natsume Atari
Publicação: 505 Games
Jogado no PC via Steam
steampowered.com/app/1658290/
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